O mito da contratação “rápida e barata”
- Juliana Starosky

- 22 de set.
- 5 min de leitura
Você contrataria um Diretor apenas com base em currículo e feeling?
Por Starosky Consultoria
Pode parecer óbvio responder “não”, mas na prática vejo muitas empresas caindo nessa armadilha. A pressão por resultados imediatos, aliada à urgência de preencher uma posição estratégica, leva gestores a optarem por processos superficiais olhando apenas o lado técnico ou as experiências listadas em um papel.
O problema? Contratações assim podem até parecer ágeis e econômicas no curto prazo, mas custam caro no futuro. Sem uma avaliação criteriosa de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e até da inteligência emocional, o risco de trazer alguém desalinhado à cultura e à estratégia do negócio é enorme.

Contratar não é sobre preencher uma cadeira. É sobre fortalecer a base de uma organização que precisa de líderes capazes de sustentar o presente e construir o futuro.
O papel estratégico das consultorias de Executive Search
Uma consultoria de Executive Search não atua como um RH tradicional nem como um simples “headhunter de vagas”. O foco não está apenas em encontrar candidatos, mas em construir pontes entre estratégia de negócio, cultura organizacional e liderança com olhar consultivo. A consultoria não tem o papel de "agradar" o dono da vaga, mas de ajudar o negócio em seu crescimento sem os vieses inconscientes.
Enquanto a empresa continua tocando suas operações, o consultor dedica 100% do seu tempo a mapear talentos, avaliar comportamentos, analisar o movimento do mercado e identificar perfis que realmente farão sentido no médio e longo prazo.
Além disso, uma consultoria traz a visão de fora benchmarks de remuneração, tendências setoriais e práticas que os concorrentes já estão adotando. Esse olhar externo amplia as possibilidades e reduz os riscos.
O olhar CHAVE: Conhecimentos, Habilidades, Atitudes, Valores e Emoção
Quando falamos de contratação estratégica, não dá para se limitar ao “sabe fazer” do candidato. É aqui que entra o olhar CHAVE:
Conhecimentos: a base técnica, as experiências que comprovam a vivência.
Habilidades: a forma como aplica esse conhecimento na prática, resolvendo problemas e entregando resultados.
Atitudes: os resultados obtidos, comportamento diante de desafios, a proatividade, a resiliência.
Valores: o que guia suas decisões e se conecta (ou não) à cultura da empresa.
Emoção: a capacidade de lidar com pressão, gerir equipes e manter equilíbrio em cenários complexos.
Um executivo pode ter uma formação brilhante e habilidades impressionantes, mas se não compartilha dos mesmos valores da organização ou não tem maturidade emocional, dificilmente conseguirá gerar impacto positivo no longo prazo. E, verdadeiramente irá impactar negativamente na reputação da empresa.
Exemplos de contratações erradas
Vamos supor que, isso é muito comum uma empresa, pressionada pela urgência de preencher uma posição estratégica, opte por uma contratação rápida, sem avaliar profundamente o perfil do profissional. À primeira vista, parece uma solução prática, alguém com currículo de peso, experiência em grandes empresas ou discurso convincente. Mas, sem o olhar CHAVE (conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoção), os riscos aparecem rapidamente.
É justamente nesse ponto que surgem casos como estes:
O executivo técnico brilhante, mas sem valores alinhados: Uma indústria contratou um Diretor de Operações com currículo impecável. Pouco tempo depois, perceberam que seu estilo autoritário chocava com a cultura colaborativa da empresa. Resultado: alta rotatividade, queda de engajamento e substituição em menos de um ano.
O gestor estratégico que não tinha inteligência emocional: Um banco trouxe um Gerente Executivo para transformação digital. Dominava o técnico, mas não sabia lidar com pressão nem com conflitos. Suas explosões emocionais em reuniões geraram clima de medo. Resultado: projetos atrasados, talentos pedindo demissão e desgaste da imagem interna.
A contratação rápida para “apagar incêndio” Uma empresa familiar, com a saída repentina de um Diretor Financeiro, contratou às pressas alguém sem avaliação comportamental. O profissional não tinha habilidade política para lidar com o conselho. Resultado: decisões equivocadas e desligamento em seis meses.
O líder inovador sem habilidades de execução Uma startup trouxe um CMO com ideias criativas e muito discurso. Porém, faltava habilidade para estruturar processos e delegar. O time ficava perdido entre teoria e prática. Resultado: frustração dos fundadores, atraso nas metas e perda de tempo estratégico.
O custo invisível de uma contratação errada
Ignorar o olhar CHAVE é abrir espaço para contratações desalinhadas. E os riscos são altos:
Financeiros: o custo de substituir um executivo mal contratado é muito superior ao investimento em uma busca bem-feita.
Humanos: uma liderança desalinhada desmotiva times, aumenta a rotatividade e pode gerar perda de talentos estratégicos.
Reputacionais: decisões equivocadas na alta gestão podem comprometer a imagem da empresa no mercado.
Vamos supor que uma empresa contrate um Diretor Comercial com salário fixo de R$ 45 mil fixo CLT por mês. Parece um investimento razoável para alguém que deveria alavancar resultados, certo? Mas, quando a escolha não passa pelo olhar CHAVE, os custos ocultos começam a aparecer:
Salário anual: R$ 45.000 x 12 = R$ 540.000
Benefícios (média de 30% do salário): R$ 162.000 por ano
Treinamento e integração: aproximadamente R$ 50.000
Só no primeiro ano, a empresa já investiu R$ 752.000 nesse profissional.
Agora imagine que, após seis meses, sua forma de liderar gera atrito na equipe. Pessoas-chave do comercial, cansadas do clima, pedem para sair. Custos de desligamento + novas contratações desses colaboradores podem facilmente ultrapassar R$ 200.000.
Em seguida, a empresa decide desligar o próprio Diretor Comercial. Só a rescisão dele, considerando verbas rescisórias e encargos, pode custar em torno de R$ 250.000.
E o ciclo recomeça: mais tempo gasto na busca, mais entrevistas, mais integração, mais treinamento. Outra vez, centenas de milhares de reais são investidos até encontrar a pessoa certa.
Somando tudo, uma contratação equivocada desse porte pode custar mais de R$ 1 milhão em um único ano sem falar no impacto intangível: clima organizacional, perda de clientes, queda de receita e desgaste de imagem no mercado.
Em outras palavras: o barato sai caro.
Os benefícios de contar com especialistas
Quando uma empresa decide trazer uma consultoria de Executive Search para o processo, ganha muito mais do que uma lista de candidatos. Ganha:
Um olhar neutro e estratégico, sem vieses internos.
Avaliação comportamental precisa, baseada em metodologias e experiência de mercado.
Dedicação integral ao processo, sem dividir a atenção com outras demandas internas.
Acesso a talentos que muitas vezes não estão visíveis em processos tradicionais.
A segurança de que a escolha vai além do currículo, alcançando a essência do profissional.
No fim, contratar certo não é sobre velocidade, mas sobre construir futuro com as pessoas certas.
A pergunta que fica é:
Você está contratando apenas para preencher uma cadeira ou para transformar seu negócio e pessoas?
Quando falamos de liderança, não existe espaço para atalhos. O olhar CHAVE conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoção deve ser a bússola, quando aplicados por um profissional experiente em comportamento humano e avaliação de mercado.
E é justamente aqui que uma consultoria de Executive Search faz toda a diferença, trazendo profundidade no olhar do comportamento humano, estratégia e visão de mercado para que cada contratação seja um investimento, não um risco.
Abraços,
Juliana Starosky
Psicóloga e Mentora de Carreira | Fundadora da Starosky Consultoria
Apoio empresas na gestão estratégica de talentos e profissionais em processos de transição de carreira, sempre com foco em alinhar competências, valores e visão de futuro ao mercado.








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